O GRUPO DO CONSULTÓRIO
Sobre Luís da Câmara Reis
Nasceu em Lisboa, no seio de uma família oriunda da Ilha Terceira, e concluiu o curso de Direito na Universidade de Coimbra em 1907. Mais vocacionado para as Letras do que para as Leis, foi professor do Ensino Secundário em Setúbal e, mais tarde, já na capita, deu aulas nos liceus Camões e Gil Vicente, na Casa Pia e na Escola Normal (Magistério Primário). O seu interesse pelas questões do ensino levou-o a assinar, em 1908, o programa da Liga de Educação Nacional que se propunha “regenerar a sociedade portuguesa pela educação”.
Colaborou com diversos jornais e revistas: Mocidade; Serões; Ilustração Portuguesa; Atlântida; Lusitânea; Luta; Capital e País, entre outros. Foi director de A República Portuguesa e colaborou na revista Gleba, célula mãe do Neorealismo.
Juntamente com Raul Proença, Aquilino Ribeiro, Raúl Brandão e Ferreira de Macedo, pertenceu ao famoso Grupo da Biblioteca, que reunia no gabinete de Jaime Cortesão, à frente daquela instituição desde 1919, e que em 1921 lançou a revista Seara Nova, a cuja direção pertenceu desde o primeiro número.
Câmara Reis esteve sempre presente nos grandes combates da oposição: em 1945/46 no MUD, de que foi um dos fundadores e a cuja primeira Comissão central pertenceu; em 1949 foi membro da comissão central dos serviços de candidatura do General Norton de Matos; em 1958 na campanha de Humberto Delgado, depois de ter apoiado Arlindo Vicente; e nas várias comemorações anuais do 5 de outubro.
Candidato a deputado pelo círculo de Lisboa nas eleições de 1953 e 1957 e pelo círculo de Santarém em 1961, faleceu repentinamente durante a campanha eleitoral.
Dotado de grande versatilidade cultural, além de várias traduções e prefácios, deixou numerosas obras de carácter político, ficcional ou de crítica literária, entre as quais se destaca As questões morais e sociais da literatura portuguesa (1940-43).
Foi amigo íntimo de Francisco Pulido Valente desde os tempos de juventude.