O GRUPO DO CONSULTÓRIO

Sobre Carlos Olavo

Nascido no Funchal, no seio de uma família aristocrática, frequentou a Escola Politécnica de Lisboa, onde fundou, com outros colegas, a Liga Académica Republicana, em 1900, e os jornais diários A Liberdade (1901) A Marselhesa (1901), extintos pelo Juízo de Acção Criminal. Ingressou o curso de Direito da Universidade de Coimbra e participou na Greve Académica de 1907, na sequência da qual foi expulso da faculdade e posteriormente amnistiado, o que lhe permitiu terminar a licenciatura em 1908.

Juntamente com Ramada Curto, José Montês, Carlos Amaro e Bissaya Barreto, foi um dos principais responsáveis pela fundação do Centro Republicano Académico. Depois da proclamação da República, foi nomeado Secretário Geral do Governo Civil de Lisboa, cargo que desempenhou até 1945, e eleito deputado à Assembleia Constituinte pelo Círculo do Funchal, em 1911, situação em que se repetiu em 1915, 1919, 1921 e 1922.

Participou como voluntário na primeira Guerra Mundial e recebeu a Cruz de Guerra pelo combate na batalha de La Lys (9 de agosto de 1918), na qual foi feito prisioneiro pelos alemães. Em março de 1920 juntou-se ao Partido Reconstituinte liderado por Álvaro de Castro e foi diretor político do jornal A Vitória. Colaborou também com vários periódicos, especialmente o Primeiro de Janeiro, do qual foi correspondente político.

Participou nos Conselhos Diretivos da Ordem dos Advogados.

Além da Cruz de Guerra, recebeu o grau de Oficial de Santiago de Espada, devido ao seu trabalho literário e histórico que incidiu sobre figuras da História e cultura portuguesas, como João das Regras, José Maria Barbosa du Bocage ou o Padre José Agostinho de Macedo. O seu último livro, Homens, fantasmas e bonecos (1955), foi dedicado a dois dos seus grandes amigos: Amílcar Ramada Curto e Francisco Pulido Valente.