A FUndação

Livro em Destaque

O Culto do Chá, de 1905

*os livros integram a biblioteca da FFPV que está em tratamento e procura nova casa

Biblioteca Francisco Pulido Valente

Wenceslau de Moraes

Livro em destaque

A presente rubrica do site da Fundação foi um compromisso há muito assumido e que tem como objetivo a divulgação do espólio de Francisco Pulido Valente, conscientes que haverá documentos e publicações de interesse para um público muito variado.Escritor português e oficial da Marinha, Wenceslau de Morais realizou inúmeras viagens. Viveu em Moçambique durante dez anos, cinco anos na China e foi oficial da Armada e cônsul de Portugal no Japão.

Primeira edição de um dos mais raros e procurados títulos de Wenceslau de Moraes.

A sua obra é o reflexo da sua vivência, muitas vezes caracterizada por ser um modelo de sedução pela cultura oriental na literatura finissecular. Exemplar impresso em papel de arroz, no Japão, e ilustrado com numerosas xilogravuras a cores – técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz, possibilitando a reprodução da imagem gravada sobre o papel -retrata costumes e personagens.

O CULTO DO CHÁ é, no conjunto da obra de Wenceslau de Moraes, oficial diplomata e escritor (1858-1929), um caso de singular fascínio pelo Oriente e pelo encanto da sobrevivência de um ritual de solene requinte. Moraes foi cônsul no Japão e publicou O CULTO DO CHÁ em 1905.

Francisco Pulido Valente deixou-nos uma biblioteca que a Fundação pretende manter e que é reveladora dos seus múltiplos interesses e paixões.
A evocação e o estudo da personalidade do patrono da Fundação, obrigam ao conhecimento dos temas de carácter cultural e político que o interessaram e em que se envolveu durante toda a sua vida.
Da biblioteca referida fazem parte diversos livros, dos mais variados autores, línguas e temas. Um número apreciável de obras de autores nacionais contemporâneos, como por exemplo, Aquilino Ribeiro, José Régio, Vitorino Nemésio, Domingos Monteiro, Miguéis, Raul Brandão, António Sérgio, têm dedicatórias dos autores ao Prof. Pulido Valente. Podemos também encontrar na biblioteca os livros de Belard da Fonseca dedicados a Francisco Pulido Valente, sobre os painéis de Nuno Gonçalves, assim como algumas obras de seus amigos de juventude Ramada Curto e Carlos Olavo.

Biblioteca Francisco Pulido Valente

Filosofia

Filosofia

Francisco Pulido Valente sempre foi muito ligado ao neo-positivismo, também designado por Escola de Viena. Esta ligação é ilustrada pela existência na biblioteca de várias obras, algumas em alemão, e pela publicação na revista Seara Nova, de vários artigos, traduzidos dessa língua pelo patrono, a propósito de uma polémica entre Egídio Namorado e Sant’Anna Dionísio.

Francisco Pulido Valente mantinha relações com este filósofo, ligado à escola de Leonardo Coimbra, tendo-lhe oferecido diversos trabalhos seus que figuram na biblioteca.

Lúcio Pinheiro dos Santos, cunhado de Francisco Pulido Valente, também pertencia à escola de Leonardo Coimbra, tendo publicado um artigo sobre este filósofo, num livro de homenagem que também pertence à biblioteca. Foi também autor de um livro-“A Ritmanálise”- referido por Gaston Bachelard no livro “La Dialétique de la Durée”, existente na Biblioteca.

Francisco Pulido Valente mantinha relações com outros filósofos portugueses, como Delfim Santos e António Sérgio, dos quais existem diversas obras na biblioteca, com dedicatórias dos autores.

Ciências exatas

Como é de conhecimento geral, Francisco Pulido Valente sempre se dedicou e estudou extensivamente estas ciências e o seu papel em Medicina.

A existência na biblioteca de obras teóricas sobre a teoria do potencial, em particular do livro do físico António da Silveira sobre electroestática, testemunha a importância que Francisco Pulido Valente atribuía aos fundamentos teóricos da eletrocardiografia. 

Francisco Pulido Valente estava consciente da necessidade de aprofundar os seus conhecimentos de Matemática, para melhor compreensão desses fundamentos, o que explica a existência na biblioteca de várias obras desta disciplina. 

Além de obras de iniciação e de carácter geral, como um tratado de Camberousse, encontram-se também obras de Bento de Jesus Caraça, oferecidas a Francisco Pulido Valente.

O interesse pelas ciências exactas não se limitava, no entanto, ao domínio da sua aplicação à Medicina. De facto, Francisco Pulido Valente alargava o seu interesse à Física Teórica em geral. Na biblioteca existem várias obras sobre a teoria da relatividade, algumas em alemão, que demonstram o interesse de Francisco Pulido Valente por esta teoria.

Biblioteca Francisco Pulido Valente

Ciências Exatas

Biblioteca Francisco Pulido Valente

Música

Música

A ligação de Francisco Pulido Valente à música, prende-se fortemente com o seu casamento com Maria Conceição Pinheiro dos Santos, pianista, bolseira do Estado em Bruxelas, onde ganhou o prémio Gurix em 1912.

Da biblioteca fazem parte várias obras sobre música e músicos que pertenceram a Maria da Conceição, entre eles a biografia de J.S. Bach da autoria de Schweitzer, oferecida em 1912 pelo conhecido músico português, Ernesto Vieira.

Existem na biblioteca diversas obras de Luís de Freitas Branco, João Freitas Branco, Viana da Motta e Lopes Graça, oferecidas pelos autores a Maria da Conceição e a Francisco Pulido Valente. De destacar uma partitura de Lopes Graça, Natais Portugueses, com capa de João Abel Manta, oferecida pelo autor a Francisco Pulido Valente, por ocasião do seu 70º aniversário.

Literatura

A cultura literária de Francisco Pulido Valente era principalmente de influência francesa, encontrando-se na biblioteca várias obras de autores como Anatole France, Flaubert, Balzac, Maupassant, Victor Hugo, etc. Muitos dos livros de literatura francesa mais recente, de autores como Gide, Malraux e Aragon, pertenciam ao filho, Francisco Eduardo.

Entre as obras de literatura portuguesa que fazem parte da biblioteca, ocupam um lugar especial as obras de Aquilino Ribeiro, oferecidas pelo autor, grande amigo de Francisco Pulido Valente. 

Como curiosidade refira-se a existência na biblioteca de um exemplar do romance “O tio do Doutor Polido” da autoria de Leite Bastos em que é referido um antepassado de Francisco Pulido Valente, Francisco Martins Pulido, alienista e primeiro director do Hospital de Rilhafoles.

Outras obras de autores contemporâneos, oferecidas pelos próprios a Francisco Pulido Valente, figuram. também na biblioteca. Entre estes destacamos, por exemplo José Régio, Vitorino Nemésio, Ferreira de Castro, Domingos Monteiro, Armindo Rodrigues e Manuel Mendes, além evidentemente das obras dos seus amigos íntimos – Ramada Curto, Carlos Olavo, Câmara Reis e Carlos Amaro. Merecem uma referência especial obras de Ricardo Jorge e uma biografia de Júlio Diniz da autoria de Egas Moniz, oferecidas pelos autores a Francisco Pulido Valente.

Para o fim da vida, Francisco Pulido Valente interessou-se pela literatura anglo-saxónica, em especial pela obra de Faulkner.

A literatura espanhola mereceu também um interesse especial de Francisco Pulido Valente, como de resto, toda a cultura espanhola. Entre os autores espanhóis cujas obras, nessa língua, figuram na biblioteca, encontram-se Cervantes, Quevedo, Lope de Vega, Garcia Lorca e Ortega y Gasset.

Existem também diversos livros sobre história de Espanha e sobre história de arte, em castelhano.

Biblioteca Francisco Pulido Valente

Literatura

Biblioteca Francisco Pulido Valente

Artes Plásticas

Artes Plásticas

Estas artes não ocupam um lugar de destaque entre os interesses de Francisco Pulido Valente. São escassas as obras existentes na biblioteca que a este ramo de arte se referem. Entre estas encontram-se obras de Reynaldo dos Santos, oferecidas a Francisco Pulido Valente. Merecem, todavia, uma referência especial várias obras que tratam dos painéis de S. Vicente, como as obras fundamentais de José Saraiva e José Figueiredo

Autores & obras
  • Les Contes du Vieux Japon, em 20 volumes, de T. HASEGAWA
  • História da Colonização Portuguesa do Brasil – 2 vols, com dedicatória de Carlos Malheiro Dias
  • Fausto de Goethe, edição ilustrada, em alemão, oferecida por Viana da Motta
  • História de Espanha, 9 vols. de Ballesteros, em espanhol
  • D. Quijote de la Mancha, 2 vols, em espanhol, edição ilustrada por Vierge
  • D. Quixote – Introdução e tradução de Aquilino Ribeiro, ilustrações de Lima de Freitas, oferecido por Aquilino Ribeiro no 70º aniversário de FPV
  • A Selva, de Ferreira de Castro com ilustrações de Portinari, oferecido pelo autor
  • O Romance de Camilo, de Aquilino Ribeiro, ilustrações de Júlio Pomar, Carlos Botelho e Abel Salazar, oferecido pelo autor
  • A Holanda de Ramalho Ortigão
  • A Paleta e o Mundo, de Mário Dionísio – 2 Vols
  • Conjunto de cerca de 40 livros de Aquilino Ribeiro, com dedicatórias
  • 5 números da revista de arte Verve
  • Números da revista La Pensée
  • Coleção encadernada em 3 vols, em espanhol, de revista sobre a Grande Guerra que pertenceram ao sogro de FPV
  • Romancero General de la Guerra de España
  • Los de Collioure, sobre os refugiados espanhóis em França
  • Conjunto de edições do Novo Cancioneiro, de vários autores
  • A Arte de Furtar, atribuído ao Padre António Vieira, datada de 1652
  • Jesuítismo, de Miguel Bombarda
  • Conjunto de livros sobre psiquiatria de Júlio de Matos
  • Conjunto de livros de Medicina antigos
  • Edição recente dos desenhos anatómicos de Vesalio
  • Relativitätstheorie, de Einstein
  • Über die speziell und die allgemeine Relativitätstheorie, idem
  • Edição do livro de Wittgenstein – Notebooks 1914-1916
  • Edição do livro de Gustave Le Bon, L’équitation Actuelle et ses principes
  • Conjunto de obras de Maupassant
  • Conjunto de obras de André Gide
  • Edição de Poemas de Paul Éluard
  • Confissões de J.J. Rousseau, traduzido por Lopes Graça
  • A vida de Beethoven de Romain Rolland traduzido por Lopes Graça
  • Dicionário da Música de Tomás Borba e Lopes Graça
  • Historia del Arte de Woerman- tradução espanhola, 6 vols
  • O Romance de Camilo
  • Mestre grilo cantava e a giganta dormia
  • Romance da Raposa
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Livros da Biblioteca