O GRUPO DO CONSULTÓRIO
Sobre Abel Manta

Natural de Gouveia, fixou-se na capital em 1908, concluindo, sete anos mais tarde, o curso de pintura da Escola de Belas Artes. Entre os seus professores, encontravam-se Carlos Reis e Alberto Condeixa.
De 1919 a 1925, estabeleceu-se como bolseiro em Paris, onde conheceu Dórdio Gomes, com quem manteve uma amizade ao longo da vida. Na capital francesa teve oportunidade de reatualizar a formação naturalista através da obra de Cézane, que se tornou a sua grande referência. Durante esse período expôs no salão do La Nacionale e frequentou o curso de gravura da Casa Shuleberger.
De regresso a Portugal, foi um dos pintores convidados para decorar a Brasileira do Chiado, tendo realizado uma exposição individual na galeria Bobone no ano seguinte (1926). Deu aulas de Desenho no Funchal, atividade a que continuou a dedicar-se na Escola António Arroio entre 1934 e 1958.
Participou na decoração de alguns Pavilhões de Portugal em exposições internacionais: Sevilha (1929) e Paris (1930 e 1937). Ao longo de década de 50 integrou vários certames de grande prestígio, como a 25ª Bienal de Veneza (1950), a 30.ª Bienal de São Paulo (1955), e a primeira Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957), conquistando nesta última o primeiro prémio da área de pintura.
Embora as paisagens urbanas, sobretudo Lisboa, e as naturezas mortas sejam temas frequentes na sua obra, foi no retrato que se destacou, ao conciliar habilmente captação psicológica com dinamismo espacial cromatismo suave.
Entre Abel Manta e Francisco Pulido Valente existiam relações familiares, uma vez que a mulher do pintor, Clementina Carneiro de Moura Manta, era cunhada do médico José Pulido Valente, irmão do anfitrião das tertúlias.